terça-feira, 1 de junho de 2010


Capítulo 6

Quando cheguei em São Luís recebi uma ligação, era Clóvis. Fiquei muito feliz, pois fazia uma semana que não nos falávamos e como tudo na vida, parecia que tudo estava diferente com ele. Em uma semana ele conheceu o “amor da sua vida”. Ligou-me e falou exatamente como aconteceu.

No meio LGBT as coisas costumam acontecer de forma muito rápida, você encontra uma bicha hoje e ela te apresenta um namorado e na semana seguinte você a encontra e ela te apresenta outro. Com Clóvis era diferente, ele nunca havia me apresentado algum namorado e pela primeira vez estava loucamente apaixonado.

Era um visinho, lindo, negro, magro e alto (que inveja, RS). Mas com um defeito era Hétero (só falo que é defeito, pois pela lógica heteros não se apaixonam por homos). Perguntei então como aconteceu à aproximação.

Clóvis começou:

- estávamos num bar aqui perto, estava eu e uma amiga numa mesa de frente pra dele. Ele estava sozinho e eu o convidei pra sentar conosco, ele aceitou e conversamos muito, ele disse que estava triste, pois sua namorada terminou o relacionamento e viajou para Santa Catarina. Minha amiga estava com um encontro marcado e teve que sair, ficamos sozinhos. Eu comentei que eu estava sozinho em casa e ele propôs levarmos uma bebidinha para lá e conversarmos melhor. E assim aconteceu. Quando chegamos em casa, ele me pediu uma bermuda emprestada, pois ele estava suado e queria trocar de roupa, nunca tinha reparado no corpo dele, que lindo, fiquei cheio de tezão. Mas disfarcei. De repente ele deitou em minha cama e ficou ouvindo musica no meu quarto, enquanto isto eu estava preparando uma bebida, fiz uma caipirinha com gelo. Fui pro quarto e deitei na cama junto dele. Ele pediu pra eu fazer cafuné em sua cabeça, eu prontamente fiz e resolvi fazer uma brincadeira, tirei um gelo da caipirinha e coloquei em seu peitoral.

- Arrasou amigo! Interrompi.

E Clóvis continuou:

- perguntei o que ele tava achando, ele respondeu que era excitante. você pode imaginar o quanto a sua resposta me excitou. Daí conduzi com a boca o gelo pelo corpo dele, que a essas alturas já estava despido. Conduzi o gelinho até seus lábios e aconteceu o que eu menos esperava, um lindo e molhado, gostoso, não existem adjetivos suficientes em nossa língua pra descrever aquele beijo. Depois do beijo foi só alegria, transamos a noite inteira. E no dia seguinte tomamos café juntos e ele foi pra casa, demos um beijo de despedida e ele me orientou a não me acostumar. Mas já estou apaixonado. E agora?

- Agora toma cuidado, pois bofe é comida de cachorro. Tudo bem que você deu, mas daí a se apaixonar? Agente se apaixona por homossexuais como agente e não por estes bissexuais que acham que são Héteros e nos machucam no final.

- é verdade amigo, mas agente não manda no coração. Hoje à tarde marquei com ele de nos encontrarmos amanhã aqui em casa. Estarei sozinho.

- ok, me deixa a par de tudo hein?

- ok até mais!

Desliguei o telefone e fiquei pensando preocupado com Clóvis, afinal como já disse antes, bofe é comida de cachorro.

3 comentários:

  1. HUMMM, NÃO CONCORDO MUITO COM VC EM RELAÇÃO AO BOFE, MAS ACREDITO QUE HÁ SIM UM SENTIMENTO DE AMOR E CUMPLICIDADE ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO.
    BEIJOS AMIGO, UM DIA VAI APARECER A TUA OUTRA METADE, DE PREFERENÇA UM NEGÃO LINDO DE OLHOS CLAROS, VIXE QUE EU VOU MORRER DE INVEJA. KKKK

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  2. Estou adorando tua história! Mesmo sendo hetero, respeito e apoio completamente a comunidade homo. E com certeza existe amor puro entre pessoas do mesmo sexo... não existem regras para o amor, ele só precisa seguir os princípios do respeito e da igualdade!
    Beijão, tô te seguindo!!

    (sou nova no mundo dos blogs hehehe)

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