Capítulo 2
Segunda-feira pela manhã estava eu cantando e dançando, pois finalmente havia encontrado o tal príncipe encantado. Nada poderia abalar minha felicidade.
Naquele dia recebi uma visita, Brígida e seus cabelos ruivos. Era minha amiga mais próxima, com quem eu compartilhava de tudo. Fui logo contando tudo o que ocorrera no dia anterior. Ela ficou feliz, afinal nunca tinha me visto mais sonhador e esperançoso. Verdadeiramente eu estava apaixonado, contando os minutos pra falar com Mateus, mas estava com receio de ligar e parecer pegajoso, quem nunca passou por isto? Comigo estas situações são freqüentes, fico sempre receoso, imagino que estou sendo inconveniente, chato.
Brígida me ajudou a limpar a casa, preparar uma comidinha; sou do tipo que faço de tudo pra agradar o amado (bem dona de casa).
A tarde chegou e finalmente encontrei coragem pra ligar. Falamos rapidamente e combinamos de nos ver em minha casa no final da tarde.
A tarde findou, a noite chegou e Mateus não “deu as caras”. Já estava angustiado, tentava ligar, mas o celular estava fora de área; ligava também pra sua casa e diziam que Mateus estava pra igreja. É quando o telefone de Brígida toca:
- alou!?
- Mateus?
- Fred te espera desde a tarde!
- ok, estamos a caminho.
Fomos parar na igreja. Quando nos olhamos o meu coração começou a saltar dentro de mim. Parecia que todos os meus órgãos apertavam-se na tentativa de sentir, tal era a alegria que me tomou. Não senti o mesmo dele, Mateus me tratou friamente, me deixou de escanteio.
Já estava ficando tarde, e eu não encontrava nenhuma forma de falar a sós com Mateus. Foi quando finalmente ele me chamou e fomos falar no banheiro da igreja. Imaginava que nos beijaríamos ou que ao menos com um abraço ele me recompensaria por ter ficado um dia inteiro distante dele.
Mas ele me surpreendeu com as seguintes frases:
- o que aconteceu ontem, não acontecerá novamente.
- eu esqueci, assim como Deus esqueceu.
Fiquei mudo.
- Não vais falar nada?
Então respondi:
- Adiantaria?
Ele me olhou bem nos olhos e saiu do banheiro.
Fixei meu olhar no nada e falei com Deus:
- Como podes ter esquecido se te lembrei o dia inteiro, a noite inteira?
É impossível descrever a dor, a decepção, o sentimento de traição que tomou meu coração. Não conseguia disfarçar. Quando sai do banheiro, Brígida logo me perguntou o que houve. Eu não tinha forças pra falar. Fui pra casa e desabafei pra Deus. Fiquei sem entender o porquê ou pra quê Deus permitiu que tal coisa acontecesse.
Fico imaginando quantos garotos e garotas passam por estas situações na igreja. Só quem já passou por isto entende. Eu gostaria de nunca ter vivido o que vivi naquele dia, mas acredito que serviu pra hoje eu ver que existe uma luta sendo travada dentro das igrejas pra diminuir tanto abandono e desrespeito aos homossexuais. Ta na hora de repensar os conceitos e valores. Nós gays estamos na igreja, somos a igreja e queremos ser vistos, tratados como normais, filhos e filhas do Deus de amor. Todo que ama é nascido de Deus, diz a Bíblia em 1° João 4,7.
Adoreii
ResponderExcluirEsperei e aproveii!
Amado estou contigu pro que der e vier, Deus está do seu lado, creia!!
Bjss
Acredito sim no amor de vcs
ResponderExcluirTorço demais para que essa história
Tenha um lido e abençoado final feliz
Bjinhus!!!!!!!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirespero que não acabem machucados
ResponderExcluirque Mateu FILHODEUMAPUTA!
ResponderExcluirfato!
A decepção é ruim qdo esperamos muito dos outros...
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