Cap 13
Naquela semana recebi um telefonema da mãe de Brígida, dizendo de um acidente de carro sofrido pela sua filha e que ela estava no hospital e precisava de sangue, eu prontamente atendi seu pedido e fui com Edgar ao Hemomar. No final do dia fui ao hospital onde estava Brígida fazer-lhe uma visita. Quando cheguei Brígida começou a chorar e dizer que a sua vida estava acabada e que preferia ter morrido no acidente. Prontamente tentei acalmá-la dizendo que não era o fim, ela apenas havia perdido sangue. Brígida quase perdeu o braço direito e feriu a cabeça. Quando enfim tranqüilizou-se Brígida pediu que eu nunca a abandonasse e que tinha algo pra me falar. Eu fiquei sem entender e nervoso perguntei o que estava realmente acontecendo. Foram fazer um exame pra descobrir qual meu tipo sanguíneo e outras coisas e descobriram que sou soro positiva, respondeu Brígida.
Perdi o fôlego e a voz, meus olhos falaram por mim, choramos juntos a tarde inteira. Eu realmente não tinha palavras e combinei de ir a sua casa assim que tivesse alta. A previsão era de sair no dia seguinte. Cheguei em casa e Edgar quase morre de susto ao me ver com rosto inchado e ainda chorando. Começou a chorar junto. Fiquei surpreso com o carinho que Ed desprende a mim. Contei-lhe o ocorrido e fomos jantar conversando sobre o assunto e descobrindo que não sabíamos nada a respeito. Como ajudar de forma realmente significativa? Como seria a vida de Brígida a partir desta descoberta?
No meio da noite meu celular toca, era Mateus, ficara sabendo o acidente com Brígida e queria saber notícias. Confesso que meu coração disparou, pensei em sair e dar um abraça em Mateus e foi exatamente o que eu fiz, disse a Edgar que eu precisava sair, ele estranhou o horário eram 15 para as 23, mas diante de tudo o que estava acontecendo e ébrio de sono apenas abaixou a cabeça e voltou a dormir.
Me encontrei com Mateus na Praia, disse que Brígida estava fora de perigo e que estava muito abatida e que precisava da ajuda de todos. Ele me deu um abraço e deu graças a Deus. Aquele abraço era tudo o que eu precisava, mais uma vez um universo de sentimentos invadira minha alma e me vi no lugar mais seguro e agradável que poderia estar. O que eu não poderia prever era o beijo que Mateus me roubou em meio à aquele abraço. Num instante me senti tão bem, e logo em seguida me senti mal de estar novamente traindo Edgar. Mas parecia outro sentimento, eu amava Edgar, o respeitava e tinha certeza que o queria para sempre do meu lado. Quanto a Mateus, apenas aqueles momentos me satisfaziam, pois eu sabia que jamais poderia segurar um punhado de água na mão.
Ficamos abraçados por um tempo e logo eu estava me despedindo. Mateus pedia pra eu ficar mais, porém tive que dizer que meu namorado estava em casa e que ficaria chateado se eu demorasse. Ele me olhou com um olhar tão pedinte que quase fiquei, mas meu respeito por Edgar falou mais alto e voltei pra casa. Logo pela manhã, a primeira coisa que Edgar fez, depois do beijo de bom dia, foi perguntar o que houve pra eu sair no meio da noite, não tive outra escolha e respondi com a verdade. Edgar mais uma vez deixou claro que preferi a verdade que ser enganado. Que o amor passa pela crivo da confiança pra se estabelecer e eternizar. Achei tão lindo que todo o momento de pele com Mateus se dissolveu em uma mera lembrança. A realidade era muito melhor.
Ajudar Brí no que fosse preciso era nossa obrigação. De tudo que conversei com Ed, decidimos que de inicio daríamos atenção e a conduziríamos a ajuda profissional.
O conto é de uma profundidade e uma sensínbilidade impar...parabéns!
ResponderExcluirUm bom fim de semana!