quinta-feira, 15 de julho de 2010




Capitulo 9

Vingar a morte do meu amigo era o que me movia. Naqueles dias não consegui ter alegria. Só pensava em como não deixar passar em branco o que Edgar fez a Clóvis. Foi quando recebi uma ligação do Mateus, ele havia conversado com Brígida e estava extremamente chateado com o que acontecera e se dispôs a ajudar no que fosse preciso. Mateus era amigo de Edgar e conhecia os gostos e lugares freqüentados por ele.

Resolvi visitar um amigo que mora numa cidade vizinha aqui mesmo na ilha. Existem quatro municípios dentro da ilha de São Luís (também chamada de upaon-açu), São José de Ribamar, Paço do Lumiar, Raposa e nossa capital São Luís. Quando estava voltando para casa resolvi parar num bar, foi quando encontrei Brígida e Paloma que me convidaram a beber e dançar numa festa LGBT que estava “rolando” em um bar recém inaugurado no centro histórico da cidade no coração do reviver (Nome do projeto de revitalização do centro histórico onde se encontram as principais casas de festas LGBT). Eu estava animado, Paloma estava sozinha em casa e propôs uma festinha particular, Brígida sem titubear aceitou, eu fiquei um pouco receoso afinal elas iriam convidar alguns “carinhas” pra nos acompanhar. Elas convidaram quatro garotos. No meio da festa chegaram Mateus e Edgar, meu coração ficou frio. Deu-me vontade de encontrar um buraco e enfiar minha cabeça. Aquele era o ultimo lugar onde eu gostaria de estar. Bebi uma caipirinha e me joguei na pista, sem perceber Mateus se aproximou de mim e de repente começou a beijar uma “piquena” (expressão usada em São Luis para se referir a garotas). Foi como jogar um balde de água em um palito de fósforos (não que eu pareça um, rsrs).

Sentei-me em uma mesa que coincidentemente estava de frente para a mesa de Edgar. Ele me olhava fixamente, nem imaginava que queimava dentro de mim o fogo da raiva por saber da historia dele com Clóvis. Foi quando Brígida resolveu convidar Edgar pra ir à festinha na casa da Paloma. No inicio detestei a idéia, mas depois pensei que seria importante me aproximar pra descobrir uma forma de desmascarar o cara que fez tanto mal a meu melhor amigo.

Já eram duas da madrugada quando resolvemos sair da festa e ir à casa da Paloma. Brígida convidou Edgar, mas eu pedi, implorei para não convidar Mateus, pedido este que foi negado. Bom, chegamos à casa de Paloma e os meninos foram logo para cozinha preparar um lanche, estávamos todos com fome. Eu tive que fingir que a presença tanto de Mateus quanto de Edgar não me incomodava. Edgar se mostrou um brincalhão e todos já estavam chateados. Foi quando resolvi socializar com ele. Deitamos-nos no sofá e ficamos um do lado do outro, ele me olhava nos olhos e dizia que nunca havia deitado tão perto de um cara. Tive que conter minha ânsia de vomito, mas fui um bom ator, e comecei a usar isto a meu favor. De uma forma muito sensual dirigi a conversa, e perguntei o que ele sentia com a novidade de estar ao meu lado, neste momento coloquei minha perna sobre a dele e comecei a dedilhar sua barriga que por sinal era linda. Edgar tem um corpo muito bonito, em todo tempo eu pensava que aquele corpo estava sendo usado pelo espírito errado. No final da conversa ensaiamos um beijo, mas ele recuou como se fosse estranho. Aquele seria o primeiro passo para efetuar minha vingança.

Tal vingança consistia em ter um romance com Edgar e expor isto a todos de forma a deixar claro que ele no mínimo era bissexual. Que para um cara preconceituoso como ele era o fim.

O dia raiou e todos nós fomos pra casa.

Dormi a manhã inteira e logo no inicio da tarde fui acordado pelo celular tocando, era Edgar Me convidando pra ir a uma festinha na casa dele. Nem sei como ele ainda tinha pique pra fazer mais festa. Não pensei duas vezes e aceitei o convite. O estranho é que aceitei com uma alegria que me fez esquecer por alguns instantes quem era Edgar e o que representou na vida e morte do Clóvis. Tomei um banho caprichado, coloquei a roupa que eu mais gosto e fui à casa de Edgar. Quando cheguei não havia festa alguma, ele estava sozinho, vendo “P.S I LOVE” um filme que sou apaixonado. Quando ele me viu foi logo explicando que na verdade ele queria me ver e ficar a sós comigo e se me convidasse pra ver um filme sozinho com ele eu poderia não aceitar, o que seria uma péssima noticia. Naquele momento comecei a lembrar do que ele fizera a Clóvis, do braço quebrado, da surra que deu em meu amigo. O clima romântico pelo menos pra mim acabou. Fui frio e quando o filme acabou ele me pediu um beijo, eu fiquei sem ação, mas resolvi dar. Ele me segurou e me deitou em seus braços, era como se eu estivesse no lugar mais seguro do planeta, me beijou como se me acariciasse com um cuidado de quem estava apaixonado. Por cinco segundos novamente ele me fez esquecer tudo e todos e só existiam nós dois, tudo parou e a única coisa que se movia eram nossas bocas e mãos e claro nossos corações que batiam a mil. quando esse mix de sensações acabou pedi para eu sair, estava confuso e precisa respirar, pensar no que tava acontecendo. Ele ficou sem entender, mas me permitiu sair.

Fui pra casa e fiquei a pensar no que tava acontecendo, afinal eu não deveria me envolver com Edgar, que por sinal estava mostrando ser bem diferente do que Clóvis descrevera.

5 comentários:

  1. nOSSA...ESTOU CONFUSA TBM!!!MAS NÃO CAI NA DELE JAMES!!!

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  2. História bacana!

    www.escritasdiretas.blogspot.com

    abraço!

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  3. jah pensei muito assim james , é o luciano,. tudo bem só que acredito e sempre digo que ainda tenho muita coisa pra viver, porisso ainda quero ter a sensação de ser uma pessoa forte i vitoriosa,. forte abraço,. amigo meus sentimentos pelo clóvis,. acredito que ele só queria um pouco de amr , coisa que ele ñ tinha nen pelo pai,. abraços i vc mi fez chorar amigo,. seu blog tah otimo parabens

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  4. lir toda a sua história tah tudo otimo vlw

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