segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Jamais Impedirei que Me Ames. Capítulo 12


Dois meses depois de ter traído Edgar, estávamos na casa de seus pais, quando ele me surpreendeu com um pedido muito especial. Diante de sua mãe, Pai e de seus irmãos, pediu-me em noivado. A mãe de Edgar, dona Vilma quase desmaiou tamanho o susto, não só por presenciar o noivado do filho com outro homem, como por não saber da sua homossexualidade. Eu não sabia onde enfiar minha cabeça, o pai já sabia de tudo. O que eu não poderia prever era que a família de Edgar era muito divertida e por ser espírita não nutriam uma imagem monstruosa da homossexualidade. No fim de tudo, estávamos todos reunidos na mesa, jantando e celebrando o noivado.

Por esta eu não esperava, mas tal atitude de coragem e amor me deixou muito constrangido, afinal eu nem sempre fui fiel e isto me tirava a paz. Então resolvi contar a Edgar o que acontecera na praia entre eu e Mateus meses atrás.

Estávamos voltando para casa, a estas alturas eu já estava morando na casa de Edgar, quando eu resolvi parar em um bar perto de casa. Chegamos e pedimos uma fanta. Edgar estava com os olhos ainda cheios de lágrimas, ainda festejava. Eu disse:

- Amor, eu tenho algo para falar muito sério.

Edgar: Pode falar, hoje você pode tudo.

Fred: inclusive te trair?

Neste momento os olhos de Edgar continuavam a brilhar, mas o semblante mudou.

Edgar: pare de brincar, eu sei que você é serio!

Fred: mas é sério, eu trai você.

Edgar não conteve as lágrimas.

Ed: como? Onde? Com quem? Por que?

Fred: Há dois meses, encontrei Mateus...

Edgar em um ímpeto me interrompe.

- Eu já sabia, o próprio Mateus me disse.

Fred: e porque você nunca disse nada?

Ed: eu queria ouvir de você, estava pronto para te perdoar, eu sabia que você me contaria se fosse tão importante. E agora eu só quero saber, foi tão importante ao ponto de você desistir de noivar-se comigo?

Eu não poderei, nunca, descrever o que eu senti, mas com todas as minhas forças eu amei Edgar naquele momento.

- Eu amo você, mais que tudo, mais do que se pode amar, eu te amo.

Abraçamos-nos e fomos pra casa.

Na manhã do dia seguinte liguei para Brígida e contei tudo, ela ficou bege, ficou de todas as cores, amou tudo, mas me contou que Mateus afastara-se totalmente da igreja e que estava no mundo da promiscuidade, da bebedice e até drogas estava usando. Eu fiquei triste, e pensando em tudo o que eu acreditava sobre a igreja e seu papel na vida dos LGBT’s no tempo em que eu conheci Mateus, no tempo em que eu imaginava que poderia viver com ele o que estava a viver com Edgar. Como seria diferente nossas vidas, se não houvesse tanta intolerância no dito meio cristão.

Algo ainda martelava minha mente, o que realmente acontecera com Clóvis e Edgar, mas disto falaremos em breve. E o que acontecerá com Mateus? Espero que esta seja a indagação do teu coração. Continue lendo...